sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Revelações minhas...




Olá amigos,

Há algum tempo, tenho sentido o desejo de compartilhar uma história muito íntima, um relato de algo que vivi com minha família em busca do sonho de ser mãe. Poucas pessoas têm conhecimento do que vou contar, quase ninguém mesmo. 

Abro aqui um parêntese para dizer que sempre fui uma pessoa muito reservada. Embora me relacione com facilidade com as pessoas, não gostava de desabafar minhas intimidades com ninguém. Nunca tive essa necessidade. Acho que isso se deve ao fato de eu pertencer a uma família grande e sempre ter tido também minha mãe como confidente. Da mesma forma, não tinha a necessidade de invadir a privacidade dos meus amigos. Se eles quisessem me contar algo, estaria pronta para ouvir, mas, sempre respeitei a intimidade, o espaço dos outros.

Depois que passei a escrever no blog, expus minha vida sem reservas. Passei a compartilhar meus sentimentos mais profundos, meus medos, minhas inseguranças, tudo o que acontece em minha vida. 

E passei a ter histórias tão íntimas compartilhadas com centenas de pessoas. Às vezes, no trabalho do meu esposo, ele vai contar algo para um amigo sobre mim e não consegue terminar porque a pessoa diz que já sabe porque  leu no blog. Outro dia, uma amiga conversou com ele sobre o quarto do meio da minha casa, que agora é o do João Pedro. Ele se surpreendeu da amiga saber detalhes, sem nunca ter conhecido nossa casa.

Pois bem. Passei do anonimato para a exposição total. Conclusão: É MARAVILHOSO! Descobri que há pessoas que me amam e que torcem por mim, independente de serem tão próximas. Descobri também bondade e carinho de pessoas que torcem pelo próximo e que você não precisa ser forte o tempo todo. Pode deixar as lágrimas caírem, pois, você descobrirá que há pessoas prontas para enxugá-las.

E assim, mesmo sem planejar, eu mudei. Sou agora um livro aberto e também uma pessoa que ama ouvir os desejos do coração do próximo. Quando recebo e-mails ou comentários, fico feliz, oro pelas pessoas, conto sobre elas e, de repente, me pego pensando na vida e na dificuldade de cada um, sonhando para que cada uma delas alcance a vitória, assim como eu, em nome de Jesus.

Mas, sem mais delongas, eis minha história.

Era 18 de abril de 2009. Estava grávida de cinco meses de uma menina e, há quatro, em repouso absoluto em minha cama. Meu esposo havia ido para a igreja e eu estava sozinha em casa. Estava perdendo sangue há uma semana e sabia que algo de errado estava acontecendo. Me levantei para ir ao banheiro e, enquanto caminhava, senti uma forte pressão no abdômem, como se minha filha estivesse saindo por entre minhas pernas. Fechei as pernas com muita força e fui me arrastando até a cama para pegar meu celular para ligar para alguém.

Desesperada, eu gritava em voz alta a Deus, pedindo que não permitisse que perdesse minha filha. Com muito esforço, cheguei ao telefone. Decidi não ligar para meu esposo, pois, sabia que, exatamente naquele momento, ele estaria à frente da igreja compondo a plataforma. Liguei para minha mãe e pedi socorro. Ela chorava tanto quanto eu e me levou para o hospital da Unimed.
Algum tempo depois, a notícia médica que eu não queria ouvir: eu estava em trabalho de parto! Minha filha nasceu e viveu por sete horas na UTI. Fizemos o velório e passamos por todo aquele sofrimento. 

Era minha terceira perda!

Em meio a tudo isso, uma pessoa sofria à distância: minha irmã Marcione. Ela estava em uma viagem, não conseguiu retornar. Alguns dias depois, ela chegou. Eu a abracei chorando e disse o quanto senti sua falta.

Algum tempo se passou. Eu já não sentia o desejo (ou melhor, a coragem) de engravidar. Mesmo sabendo que eu poderia fazer a cirurgia (cerclagem) e ficar curada, sentia que não possuía estrutura emocional nenhuma de enfrentar uma gravidez. Só de pensar em ficar grávida, sentia um medo paralisante.

Foi então que minha irmã, com o apoio de minhas duas sobrinhas (Maria Clara e Ana Paula) e meu cunhado, decidiram me estender a mão e me tirar do mar da dor, da angústia, do sofrimento. Ela se dispôs a carregar um filho meu em seu ventre. Como não tinha dificuldades de engravidar, apenas de “segurar” a gestação, faríamos uma fertilização in vitro”  com o meu óvulo e o espermatozóide do meu esposo. O embrião seria colocado no útero de minha irmã.

Assim, teria um filho meu, mas que seria carregado no ventre de minha irmã. Uma situação surreal para todos os envolvidos. Meu cunhado teria uma esposa grávida de um filho da irmã (e do concunhado). Minhas sobrinhas viveriam a gravidez de um bebê que, na verdade, era primo e não irmão.

Viajamos para a cidade de Fortaleza. Minha irmã, eu e meu esposo.  Fizemos todo o procedimento em uma clínica de reprodução. Fomos até o fim de um longo processo de inseminação artificial. 3 embriões meus (e de meu esposo) foram inseridos no útero de minha irmã.

No entanto, minha irmã não engravidou!

Não era o plano de Deus para a minha vida, nem para a dela. E Deus fez com que a gravidez não acontecesse.

Não consegui encontrar palavras e meios sábios para agradecer à minha irmã por tudo o que ela e sua família fizeram por mim. Recebi uma demonstração de amor imensurável. Poucos seres humanos fariam isso por alguém. Estar disposta a engravidar de um bebê que não é seu e passar por todo o difícil processo de gestação por uma irmã, que não poderia carregar seu próprio filho.

Mais de dois anos se passaram e Deus me permitiu não apenas manter uma gestação, mas, me deu uma gravidez tão tranqüila, tão cheia de bênçãos.

Sábado, foi a festa de aniversário de minha sobrinha e aproveitei para tirar fotos. Minha irmã tem uma linda família, além de ela própria ser linda.

E na próxima semana, chega, pela graça de Deus, meu João Pedro. E sabe quem vai estar lá no momento do parto comigo e meu esposo? Sim, a minha irmã Marcione.

Ela não carregou o João Pedro, pois Deus me permitiu essa honra. Mas, sei que será como uma segunda mãe para ele e ele a amará profundamente.

P.S. Essas fotos são da minha irmã,  tiradas no sábado passado, no aniversário de minha sobrinha, Maria Clara.

7 comentários:

  1. Nossa cris, q linda história. Não me contive, as lágrimas caíram pelo meu rosto de emoção e acima de tudo felicidade pelo seu belo testemunho, por, apesar das dificuldades e sofrimento, você está sendo agraciada por um abençoado filho q ainda está em seu ventre. Vou continuar orando por você, e em nome de Jesus seu filho vai ser uma criança segundo os olhos de Deus. BOA SORTE MINHA QUERIDA, Q DEUS CONTINUE SEMPRE TE ABENÇOANDO. JANAINA

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  2. É impossivel ler o que vc escreve e não chorar, principalmente para quem já viveu tudo isso, porque sabe que é um dor imensurável. Mas saiba e tenha certeza que continuo orando por vcs.Eu posso falar com todas as letras, que sei o tamanho da tua felicidade. Seja muito feliz.

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  3. Chis, eu a amo desde a primeira vez que a conheci...e pelo meu irmão..e suas histórias..e sua vida seus sonhos..eu sempre tive certeza de uma coisa...Quando Jesus Cristo voltar, você subirá com seus quatro filhos:)
    Amo muito vc amiga, estou torcendo pela sua felicidade!!!
    Bethânia

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  4. Chris, não posso dizer que sei a dor que sentiu ao perder seus filhos, mas sei a felicidade que é ter um filho vivo e saudável nos braços como é o seu sonho, e está a apenas 8 dias de realizá-lo, quanta emoção!!!! Sua história a partir do dia 17/02/2012 será de alegrias e mais bençãos. Minha amiga, Deus não dorme, Ele vê nossas lutas e nos dá a recompensa na hora certa! Beijos fiquem com o Papai do Céu. Há 10,9,8 rsrs

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  5. Cris, que história linda! Que prova de amor!
    É mais um testemunho que Deusa age no momento certo e não naquele em que achamos que é o certo. Parabéns, amiga, pela sua bela família que vai crescer com a vinda do João Pedro.
    Pode ter certeza de uma coisa, o sofrimento nos engrandece e nos purifica. Deus achou que agora seria a hora de vir o João, por isso é esse o seu momento, curto tudo, em especial a barrigona- que é um apoio legal para os braço- porque por mais que digamos que não, ela deixa saudades.
    Um beijo no coração, seu, do Alê e do João. Eliane (madrinha)

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    1. Querida madrinha,
      Obrigada por tudo. Estamos muito felizes sim com o aumento da família. Agora vou viver sua experiência de ser mãe de menino.
      Venha nos visitar quando o João nascer.
      Bjs,

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  6. Nossa... sua historia é pura emoção.
    Me arrepiei de verdade.
    Vc é realmente abençoada Christina.
    Sua hora chegou querida, sua benção já é completa.
    Voce mais do que ninguem merece essa felicidade.
    Que Deus abençoe muito voce e sua familia viu

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